sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

O "ficar", o namoro, o amor.



Tudo pode começar por um olhar interessado, que expressa desejo. Tem início um jogo de sedução. E agente "fica" com um, com outra (o) , há os (as) que "ficam" com mais de uma pessoa numa só festa...
"Ficar" é comum na adolescência. Significa tentar, experimentar, conhecer, brincar de se envolver. Aprender a entender o outro, mas tudo ainda sem compromisso. Carícias gostosas e descartáveis. Sexualidade se expressando. Numa fase em que quase tudo é descoberta, as garotas e garotos se descobrem mutuamente.
Às vezes se encantam, se apaixonam. Aí já é outra coisa. Quando o envolvimento acontece, não é mais apenas um jogo, uma brincadeira... Pode surgir namoro.
Namorar implica aquilo que os adolescentes geralmente não querem: compromisso. Em alguns casos mais brando, em outros mais sério, mais compromisso. Não tem como. Quando a gente se envolve profundamente com alguém, se compromete. Mas isso não é mau, como parece à primeira vista. Ao contrário, pode ser delicioso, uma maravilha. Amar e ser amado é a melhor coisa do mundo, e, afinal é o que todo mundo busca.
Na verdade, quem foge do compromisso, do comprometimento, foge do amor, foge da vida, do melhor que ela tem a nos dar.
Amar é ter sentimentos profundos por si mesmo e pelos outros. Todo mundo pode dar e receber amor, mais é necessário estar aberto a ele, aprender a conviver, compreender, negociar, respeitar e assumir responsabilidades.
Desejo, atração sexual e paixão podem ser ingredientes do amor, que frequentemente se expressa em ternura e sensualidade. É um mundo de sentimentos emoções: grandes alegrias, mais também tristezas, medos e frustrações. O ser humano vive em conflito, o que se há de fazer? E quando se trata do amor, esses conflitos parecem assumir proporções ainda maiores...
Homens e mulheres vivem e expressam de formas diferentes o amor. Dizem que elas são mais românticas e emotivas; eles, mais racionais. Pode ser, se é que há espaço para o amor romântico nesses tempos consumistas, em que um quase nem se importa com o outro e tudo parece passageiro e sem necessidades são sempre as mesmas: todos buscam reciprocidade. As relações amorosas que todos querem se compõem de sinceridade, companheirismo, honestidade, fidelidade - fidelidade não eterna e não necessariamente institucionalizada pelo casamento mas que se deseja para sempre - e de um amor infinito enquanto dure.
O amor se expressa segundo cada época histórica e com características que cada povo ou cultura vai construindo ao longo do tempo. Assim, é sempre possível criar, reiventar e ressignificar o amor, pois ele é uma construção humana, como tudo o mais.
É por meio da experiência amorosa que podemos aprender a conhecer o outro de maneira mais profunda, desde que estejamos dispostos a isso. Sem grande investimento afetivo não há relação amorosa que cresça, se desenvolva e permaneça. Para você que hoje é adolescente, pode parecer muito pensar que tudo isso assim, tão intenssamente . Mas como falar de amor com realismo, sem ser superficial ou simplista? Como construir para uma reflexão sobre esse tema, sem cair na babaquice e no lugar-comum? O assunto é complexo mesmo, porque, se entender o amor fosse fácil, talvez nós nem precisássemos dos piscicólogos e dos poetas.
Para esclarecer, ou quem sabe confundir ainda mais, passemos a palavra ao poeta. Desta vez, ao mestre Drummond:


Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários
(...)

Carlos Drummond de Andrade
As sem-razões do amor





Espero que vocês tenham gostado. Beijos e obrigado.


Por: Garotas do blog

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